Ex-cozinheira de Glória Pires receberá mais de R$ 500 mil por trabalhar 12h por dia

Foto: Márcio Darocha

A ex-cozinheira solicitou o pagamento das horas extras não remuneradas, alegando que seu horário de trabalho ultrapassava o estipulado em contrato.

A atriz Glória Pires foi condenada pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro a pagar uma indenização de mais de R$ 500 mil à sua ex-cozinheira. A decisão foi baseada em irregularidades trabalhistas, incluindo a longa jornada de trabalho a que a funcionária era submetida.

No processo judicial, a ex-cozinheira afirmou que sua rotina de trabalho excedia 12 horas diárias, com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Ela solicitou o pagamento das horas extras não remuneradas, alegando que seu horário de trabalho ultrapassava o estipulado em contrato.

A funcionária também relatou ter sofrido um acidente em fevereiro de 2020, quando uma gaveta do congelador caiu sobre seu braço, levando a um afastamento pelo INSS. Após seu retorno, foi demitida, contrariando a legislação trabalhista que garante estabilidade após acidentes de trabalho.

Durante o processo, Glória Pires propôs um acordo de R$ 35 mil, que foi recusado pela ex-cozinheira. A proposta não foi considerada suficiente diante das reivindicações da funcionária.

A juíza responsável pelo caso não acolheu o pedido de indenização pela demissão após o acidente, devido à falta de provas de que o este ocorreu durante o trabalho na casa de Glória. No entanto, a juíza reconheceu as horas extras trabalhadas, com base em depoimentos de testemunhas.

Dessa forma e fundamentada nas provas apresentadas, a magistrada determinou que Glória Pires pagasse R$ 559.877,36. O valor inclui horas extras, adicional noturno, correção monetária, contribuições previdenciárias, impostos e honorários advocatícios.

Fonte: Migalhas

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Empregador pagará horas extras e adicional noturno a cuidadora, após TST validar jornada

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A partir da lei das domésticas, aprovada em 2015, cabe ao empregador o ônus de comprovar a jornada de trabalho real.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a jornada de trabalho de uma cuidadora e condenou o empregador ao pagamento de horas extras por todo o tempo trabalhado além da oitava hora diária ou da 44ª hora semanal. A decisão da 6ª turma foi baseada na Lei Complementar 150/15, que regula o trabalho doméstico e exige o registro de horário dos empregados domésticos, independentemente do número de trabalhadores no domicílio.

A cuidadora foi contratada em junho de 2019 para cuidar da esposa do empregador e ocasionalmente da neta do casal, desempenhando tarefas como administração de medicamentos, alimentação e banho. Ela trabalhava em uma escala de 24 horas seguidas por 24 horas de descanso (24×24), das 7h às 7h do dia seguinte, com breves intervalos de 15 a 20 minutos, sem receber horas extras ou qualquer compensação. Seu contrato foi rescindido sem justa causa em abril de 2020.

O empregador alegou que a cuidadora trabalhava em uma jornada de 12 horas por 36 horas de descanso (12×36), das 7h às 19h, com direito a intervalos para refeições e descanso. Inicialmente, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região indeferiu o pedido de horas extras, argumentando que a cuidadora deveria provar que trabalhava em horários diferentes dos registrados e que a lei do trabalho doméstico permite a compensação em jornadas de 12×36.

No entanto, o caso teve um desfecho diferente no TST. O ministro Augusto César, relator do recurso de revista, destacou a obrigatoriedade do registro de horário, conforme o artigo 12 da LC 150/15, que estabelece a necessidade de controle de jornada por meios manuais, mecânicos ou eletrônicos. Ele observou que, segundo a jurisprudência atual do TST, a ausência desses registros por parte do empregador cria uma presunção relativa de veracidade da jornada alegada pelo empregado, caso não haja prova contrária.

Portanto, desde a aprovação da lei das domésticas, aprovada em 2015, cabe ao empregador o ônus de comprovar a jornada de trabalho real. Dessa forma, o colegiado, seguindo o voto do relator, condenou o empregador ao pagamento das horas extras além da oitava diária ou 44ª semanal à cuidadora, bem como do adicional noturno respectivo, com os reflexos legais cabíveis.

Esta decisão reforça a importância do cumprimento das normas trabalhistas e a responsabilidade dos empregadores em respeitar a carga horária acordada e remunerar adequadamente qualquer trabalho adicional realizado pelos empregados.

Fonte: Migalhas

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