Quando o doce que te dá prazer também pode ser o que vai te matar.
A febre do “morango do amor” invadiu as redes sociais com força. Uma sobremesa visualmente perfeita, uma explosão de brigadeiro branco e caramelo duro sobre um morango suculento. Mas, por trás do apelo estético e do nome romântico, esconde-se algo mais sombrio: um vício coletivo disfarçado de afeto, e um risco real à saúde física e emocional de milhares de pessoas.
Doce na boca, veneno no sangue
Não se trata apenas de um modismo culinário. Trata-se de um ciclo de dopamina em alta rotação, onde a estética manda, o prazer manda mais ainda e a glicose explode.
O morango do amor é uma máquina de glicose: altamente calórico, com açúcares simples e de rápida absorção, ele aciona no cérebro os mesmos circuitos de recompensa ativados por drogas como a nicotina. O problema? Diferente do cigarro, esse vício é vendido como fofo, doce, inofensivo — quase infantil.
Mas os efeitos são devastadores:
- Elevação brusca de glicose no sangue;
- Estímulo à resistência insulínica;
- Sobrepeso, obesidade;
- Inflamações silenciosas;
- E, no longo prazo, um ambiente ideal para o câncer florescer.
A ciência já demonstrou que dietas ricas em açúcar estão associadas a diversos tipos de câncer, como os de mama, fígado, pâncreas, intestino e endométrio. Isso sem falar da epidemia de diabetes tipo 2, que cresce justamente entre os jovens — público mais suscetível às “tendências”.
Amor ou anestesia?
O que estamos consumindo não é só um doce — é um afago químico para o vazio emocional da era digital.
Comemos o brigadeiro para silenciar a ansiedade, postamos o estalo do caramelo para parecer felizes, e chamamos isso de “amor”.
Mas é esse mesmo “amor” que adoece, inflama e mata em silêncio.
Porque o nome pode ser doce, mas o efeito é amargo: ASSASSINADOS PELO AMOR.
Você realmente ama ou está só dopado?
O “morango do amor” viralizou, sim. Mas o que viralizou mesmo foi a ilusão de que prazer instantâneo substitui saúde, afeto e equilíbrio. O algoritmo empurra, os olhos pedem, a mente cede — e o corpo paga a conta.
Se você acha que é só um docinho… talvez já esteja viciado demais para perceber.
André Mansur Brandão – Advogado e Escritor


