Bradesco é condenado por vínculo entre trabalho e adoecimento de bancária

Bancária será reintegrada, após Justiça do Trabalho aplicar teoria da concausalidade e responsabilizar o banco por contribuir para o agravamento de sua condição de saúde.

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A legislação trabalhista brasileira assegura aos empregados a proteção à saúde física e mental no ambiente de trabalho. Quando a atividade profissional contribui para o agravamento de doenças, mesmo que não seja a única causa, é possível o reconhecimento da chamada concausalidade, o que impõe ao empregador a responsabilidade por danos decorrentes desse nexo. Esse entendimento tem sido cada vez mais acolhido pela Justiça do Trabalho, especialmente em casos envolvendo ambientes tóxicos e adoecimento psíquico.

Foi com base nesse princípio que uma bancária conseguiu, na Justiça do Trabalho do Pará, a reintegração ao emprego e uma indenização superior a R$ 2 milhões. A profissional apresentou provas de que sofreu intenso estresse ocupacional, pressão por metas, conviveu com um ambiente traumático e desenvolveu transtornos psicológicos, agravados após o suicídio de um colega de trabalho. Durante a tramitação da ação, a trabalhadora ainda sofreu um AVC, que comprometeu permanentemente sua capacidade laborativa.

O juízo reconheceu que, embora o adoecimento não tenha sido causado exclusivamente pelo trabalho, o ambiente de trabalho tóxico contribuiu de forma relevante para o agravamento da condição de saúde da autora. A decisão aplicou a teoria da concausalidade e apontou a nulidade da dispensa, uma vez que a trabalhadora se encontrava sem condições de retorno e ainda em tratamento médico. Com isso, determinou sua reintegração e o restabelecimento do plano de saúde.

A condenação impôs ao banco o pagamento de indenização por danos materiais em parcela única de R$ 705.478,62 e de R$ 150 mil por danos morais. Também foram reconhecidas diferenças salariais relativas à verba de representação, cuja supressão foi considerada discriminatória por falta de critérios objetivos, além da complementação do auxílio previdenciário, benefícios convencionais e multa de R$ 30 mil pelo descumprimento da tutela de urgência. A sentença conferiu peso decisivo ao laudo pericial, que atestou o vínculo entre o trabalho e o agravamento da saúde da autora, afastando as alegações genéricas da defesa.

Casos como esse mostram que o reconhecimento do impacto do trabalho na saúde mental é um avanço na proteção dos direitos dos empregados. Para quem enfrenta ou já enfrentou situações similares — com cobranças abusivas, adoecimento e posterior demissão —, contar com a orientação de um advogado especialista em Direito do Trabalho é essencial para garantir a responsabilização adequada e a reparação dos danos sofridos.

Fonte: Direito News

Essa notícia foi publicada originalmente em: https://www.direitonews.com.br/2025/07/bradesco-condenado-mais-r-2-mi-reintegracao-bancaria-trt8-aplica-teoria-concausalidade.html

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Opinião de Anéria Lima (Redação)

A angústia e a dor de quem adoece no trabalho, muitas vezes, começa muito antes do diagnóstico. Começa nas metas inatingíveis, nas cobranças desumanas, na falta de acolhimento e no silêncio institucional diante do sofrimento. Quando uma bancária é pressionada até o limite, adoece, sofre um AVC e ainda assim é descartada como se fosse apenas um número, o que temos não é só um erro: é uma violência moral, institucional e jurídica.

A Justiça agiu com firmeza ao reconhecer que o ambiente de trabalho tóxico agravou a condição de saúde da trabalhadora. Mesmo que o trabalho não tenha sido a única causa, foi um fator determinante; e isso basta para responsabilizar a empresa. A condenação milionária e a reintegração não devolvem a saúde perdida, mas representam um marco de dignidade e um recado claro: o sofrimento mental do trabalhador não pode mais ser ignorado.

Este texto não reflete necessariamente a opinião de André Mansur Advogados Associados, Dr. André Mansur Brandão ou qualquer um dos colaboradores da equipe.

Família será indenizada após negligência médica causar morte por AVC

A paciente foi liberada com sintomas graves, sofreu AVC e morreu, após sucessivos erros no atendimento público.

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Quando sintomas como tontura, dor de cabeça intensa, vômito, fraqueza e perda de coordenação motora aparecem juntos, é fundamental que o atendimento médico seja rápido, cuidadoso e siga rigorosamente os protocolos clínicos, especialmente pela possibilidade de um acidente vascular cerebral (AVC). A negligência nesse processo pode causar danos irreversíveis, tanto à vida quanto à dignidade dos pacientes e de suas famílias. No caso ocorrido no Distrito Federal, a Justiça reconheceu que a falha no atendimento médico, desde o primeiro contato com os serviços de emergência, resultou na morte de uma paciente.

A mulher começou a apresentar sintomas em agosto de 2021 e procurou ajuda, inicialmente, por meio do Samu, que demorou a enviar uma ambulância, subestimando a gravidade do quadro. Na UPA de Samambaia, recebeu diagnóstico de crise hipertensiva, sem a devida avaliação neurológica, mesmo diante de sinais claros de possível AVC. A paciente foi liberada ainda com sintomas persistentes, o que contrariou os protocolos da própria Secretaria de Saúde.

No dia seguinte, ao buscar socorro em outras unidades, a paciente enfrentou mais negligências: uma médica se recusou a atendê-la por falta de assinatura de termo e, em outro hospital, aguardou quase cinco horas antes de ser internada. Somente no Hospital de Base foi feito o diagnóstico correto — um AVC isquêmico grave —, mas a paciente já estava em estado de morte encefálica. O Ministério Público confirmou, por parecer técnico, que houve falhas médicas desde o primeiro atendimento.

Para o juízo, ficou comprovado que houve uma sequência de negligências por parte do poder público e de entidade privada conveniada, resultando na deterioração clínica e, posteriormente, na morte da paciente. A sentença fixou a indenização por danos morais em R$ 80 mil para cada familiar, além de pensão mensal à filha menor da vítima, devido à dependência econômica presumida. O juiz enfatizou que, se os protocolos médicos tivessem sido corretamente seguidos desde o início, a morte poderia ter sido evitada.

Casos como esse evidenciam que falhas no atendimento médico podem representar não apenas descaso, mas também violação do direito à vida e à saúde. Para familiares de vítimas ou pacientes que enfrentaram negligência médica em hospitais públicos ou conveniados ao SUS, a orientação e o acompanhamento de um advogado especialista em Direito Civil e Direito à Saúde são fundamentais para garantir a responsabilização dos envolvidos e assegurar o direito à reparação justa.

Fonte: Conjur

Essa notícia foi publicada originalmente em: https://www.conjur.com.br/2025-jul-26/morte-causada-por-negligencia-em-atendimento-gera-indenizacao/

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Opinião de Anéria Lima (Redação)

A dor dessa família jamais poderá ser reparada por completo. Ver uma mulher perder a vida de forma tão cruel, em meio a um sistema que deveria acolhê-la e salvá-la, é revoltante. Sintomas claros foram ignorados, protocolos foram quebrados e, no lugar da urgência, a paciente encontrou descaso, burocracia e portas fechadas. O que aconteceu não foi um simples erro, foi uma sequência absurda de negligências que custou uma vida e destruiu uma família.

A decisão judicial reconhece essa tragédia com a seriedade que ela exige. A indenização e a pensão são medidas mínimas diante de tanta dor, mas representam um passo importante para que o Estado seja responsabilizado por suas falhas. É importante frisar: o atendimento à saúde pública deve ser digno, ágil e humano. A omissão custa caro. E, neste caso, custou uma vida que poderia ter sido salva.

Este texto não reflete necessariamente a opinião de André Mansur Advogados Associados, Dr. André Mansur Brandão ou qualquer um dos colaboradores da equipe.